Adivinhação uma Art para Esclarecer o Futuro IV
Capitulo 9 - O Pêndulo
Uma das mais simples ferramentas da adivinhação é o pêndulo. Embora não forneça respostas além dos básicos sim, não e talvez, funciona muito bem para este propósito especifico. O pêndulo é feito com qualquer peso pequeno que possa ser preso à extremidade de um cordão de mais ou menos vinte e cinco centímetros de comprimento. Qualquer peso serve, e geralmente se usa um pequeno cristal ou pedra, que é simplesmente preso ou pendurado na extremidade do cordão. A fim de usar o pendulo no processo de adivinhação, você precisará de uma superfície plana, como uma mesa, e um pequeno pedaço de papel com um circulo de cerco de quinze centímetro de diâmetro, contendo linhas. Uma linha é desenhada de lado a lado e a outra de cima até embaixo, de modo que as duas se cruzem no centro do circulo. Escreva a letra S em qualquer extremidade da linha horizontal, e a letra N em qualquer extremidade da linha vertical. Não há necessidade de trabalhar em um circulo lançado quando usar o pendulo e também não faz diferença se é de dia ou de noite. Literalmente, qualquer lugar e qualquer momento são adequados.
Sente-se junto à mesa, com o papel já preparado à sua frente. Incline-se para frente e segure a extremidade do cordão do pendulo contra sua testa, usando o dedo médio de ambas as mãos. Coloque os polegares nos dois lados da cabeça e os cotovelos na mesa, de cada lado do papel, de modo que sua cabeça tenha um apoio firme. O pendulo deve ficar pendurado, sem se mover, acima do centro do circulo, a mais ou menos três centímetros da superfície.
Agora, concentre-se em uma que requeira um sim ou não como resposta e expresse-a vocalmente. O pendulo começara a mover-se pouco a pouco. Se o movimento for para os lados, a resposta será sim; se o movimento for para cima e para baixo, a resposta será não, e se o pendulo fizer um movimento circular ao redor do perímetro do circulo, a resposta será talvez. Você poderá primeiro experimentar várias perguntas cuja respostas já saiba, apenas para confirmar se o pendulo esta funcionado conforme o esperado.
Algumas pessoas atribuem o movimento do pendulo ao praticante, que sabe para que lado deseja que o pendulo vá e dessa forma forçar o balanço do pendulo com minúsculos movimentos das pontas dos dedos ou mesmo da cabeça. Pessoalmente, acho essa explicação ridícula, pois já vi um pendulo movendo-se de quinze a dezoito centímetros em linha reta ou em arco, e qualquer movimento físico do praticante que causasse uma tal oscilação seria obvio até mesmo para o observador casual. Outros acham a experiência interessante, mas colocam tanta fé no pendulo como no lançamento de búzios como aparelho de adivinhação. Ainda outros reconhecem a possibilidade de forças desconhecidas movimentarem o pendulo e aceitam-no como ferramenta viável da mesmo forma que as cartas do Tarô, as runas ou os espelhos refletor.
Capitulo 10 - Os Animais como forma de Adivinhação
Métodos de adivinhação são extremamente frequentes nas sociedades tribais em todos os continentes. São constituintes importantes na cosmologia destes povos e portanto seu estudo torna-se uma das maneiras mais eficientes de apreensão do universo cultural a que pertencem. São o "fato social total" de Durkheim, ou seja, um fato social cujo estudo revela a totalidade da cultura. Seu simbolismo é muito rico e se apoia em materiais os mais diversos que vão de objetos manumaturados, plantas e buzios a partes de animais ou animais inteiros e seus comportamentos em circunstâncias específicas: entre os índios das Américas é comum a interpretação do comportamento dos pássaros - alguns remanescentes passaram para as sociedades complexas como presságios, aviso de chuva etc, comum entre nós; na África, um dos continentes mais ricos em métodos de adivinhação, o uso de animais é mais frequente do que em outras regiões. A adivinhação é uma constante, por exemplo, entre as culturas Bantu da África Central - sobretudo nas etnias Cokwe, Lwena, Lucazi, Lunda, Ndembu, Ovimbundu, Ngangela, Lwimbi, Nyemba e Rotse - veremos alguns exemplos da etnia Cokwe de Angola - o "ngombo" ou arte da prática adivinhatória.
Os Cokwe distinguem três categorias de especialistas que podem intervir em seus problemas: o ADIVINHO, o CURANDEIRO e o FEITICEIRO. O primeiro interpreta os fatos primariamente em função de forças positivas; o curandeiro é um prático que tem grande conhecimento do poder curativo de plantas e de como usá-las ritualisticamente, e por fim, o feiticeiro lida com forças negativas que ele manipula contra suas vítimas. O adivinho lida diretamente com o espírito dos ancestrais, principalmente o dos grandes chefes fundadores dos grupos. Estes espíritos são venerados de diversas maneiras sendo a mais característica o exercício de uma atividade profissional, ou seja, um indivíduo consagrado a um espírito deverá exercer a atividade profissional que o espírito exercia. O adivinho é um dos maiores exemplos disso: exerce esta atividade em honra do espírito ancestral a que é consagrado e o exercício mesmo desta atividade é seu maior ato de veneração. Os feiticeiros, lidando com as forças do mal, são a causa das doenças e uma constante ameaça à população. Alguns autores chegam a afirmar que a atividade do adivinho é comparável à de um detetive psicológico que deve pesquisar e descobrir as feitiçarias. Isto dá um grande status ao adivinho e no caso dos Cokwe, este status é reforçado pelo fato de que normalmente o adivinho é o próprio chefe da aldeia. A coragem de denunciar o feiticeiro demanda uma boa dose de prestígio assim como grande conhecimento das forças ocultas em ação. Para isto a iniciação tem papel fundamental: somente após uma severa iniciação o adivinho será reconhecido. A iniciação consiste de sacrifícios aos ancestrais e meses de aprendizado com o adivinho iniciador. Ngombo, como é conhecida esta arte na região, significa tanto o cesto usado na adivinhação quanto o espírito do ancestral que preside os atos de adivinhação, que ajuda o adivinho a adivinhar. Vários símbolos são usados neste cesto. Símbolos animais são abundantes: o adivinho escolhe certas espécies animais e relaciona seus comportamentos com os problemas concretos trazidos pelos clientes. A razão da escolha de certas espécies é difícil de explicar. Muitas vezes, aos animais reais são atribuidos traços que os torna fantásticos ou monstruosos, portanto simbólicos e adequados à interpretação adivinhatória. Existem também as restrições que envolvem animais, principalmente os que fazem parte do grupo usado nas adivinhações. Por exemplo: quando um caçador caça um leão (mwanangana na adivinhação), uma pantera (cisenga) ou um tamanduá (njimbo), lhes são interditadas as relações sexuais por três dias porque estes animais "são como pessoas" - o leão e a pantera simbolizam o chefe da terra e o tamanduá, que habita em buracos na terra, são como mortos, isto é, seres humanos.
Uma das mais simples ferramentas da adivinhação é o pêndulo. Embora não forneça respostas além dos básicos sim, não e talvez, funciona muito bem para este propósito especifico. O pêndulo é feito com qualquer peso pequeno que possa ser preso à extremidade de um cordão de mais ou menos vinte e cinco centímetros de comprimento. Qualquer peso serve, e geralmente se usa um pequeno cristal ou pedra, que é simplesmente preso ou pendurado na extremidade do cordão. A fim de usar o pendulo no processo de adivinhação, você precisará de uma superfície plana, como uma mesa, e um pequeno pedaço de papel com um circulo de cerco de quinze centímetro de diâmetro, contendo linhas. Uma linha é desenhada de lado a lado e a outra de cima até embaixo, de modo que as duas se cruzem no centro do circulo. Escreva a letra S em qualquer extremidade da linha horizontal, e a letra N em qualquer extremidade da linha vertical. Não há necessidade de trabalhar em um circulo lançado quando usar o pendulo e também não faz diferença se é de dia ou de noite. Literalmente, qualquer lugar e qualquer momento são adequados.
Sente-se junto à mesa, com o papel já preparado à sua frente. Incline-se para frente e segure a extremidade do cordão do pendulo contra sua testa, usando o dedo médio de ambas as mãos. Coloque os polegares nos dois lados da cabeça e os cotovelos na mesa, de cada lado do papel, de modo que sua cabeça tenha um apoio firme. O pendulo deve ficar pendurado, sem se mover, acima do centro do circulo, a mais ou menos três centímetros da superfície.
Agora, concentre-se em uma que requeira um sim ou não como resposta e expresse-a vocalmente. O pendulo começara a mover-se pouco a pouco. Se o movimento for para os lados, a resposta será sim; se o movimento for para cima e para baixo, a resposta será não, e se o pendulo fizer um movimento circular ao redor do perímetro do circulo, a resposta será talvez. Você poderá primeiro experimentar várias perguntas cuja respostas já saiba, apenas para confirmar se o pendulo esta funcionado conforme o esperado.
Algumas pessoas atribuem o movimento do pendulo ao praticante, que sabe para que lado deseja que o pendulo vá e dessa forma forçar o balanço do pendulo com minúsculos movimentos das pontas dos dedos ou mesmo da cabeça. Pessoalmente, acho essa explicação ridícula, pois já vi um pendulo movendo-se de quinze a dezoito centímetros em linha reta ou em arco, e qualquer movimento físico do praticante que causasse uma tal oscilação seria obvio até mesmo para o observador casual. Outros acham a experiência interessante, mas colocam tanta fé no pendulo como no lançamento de búzios como aparelho de adivinhação. Ainda outros reconhecem a possibilidade de forças desconhecidas movimentarem o pendulo e aceitam-no como ferramenta viável da mesmo forma que as cartas do Tarô, as runas ou os espelhos refletor.
Capitulo 10 - Os Animais como forma de Adivinhação
Métodos de adivinhação são extremamente frequentes nas sociedades tribais em todos os continentes. São constituintes importantes na cosmologia destes povos e portanto seu estudo torna-se uma das maneiras mais eficientes de apreensão do universo cultural a que pertencem. São o "fato social total" de Durkheim, ou seja, um fato social cujo estudo revela a totalidade da cultura. Seu simbolismo é muito rico e se apoia em materiais os mais diversos que vão de objetos manumaturados, plantas e buzios a partes de animais ou animais inteiros e seus comportamentos em circunstâncias específicas: entre os índios das Américas é comum a interpretação do comportamento dos pássaros - alguns remanescentes passaram para as sociedades complexas como presságios, aviso de chuva etc, comum entre nós; na África, um dos continentes mais ricos em métodos de adivinhação, o uso de animais é mais frequente do que em outras regiões. A adivinhação é uma constante, por exemplo, entre as culturas Bantu da África Central - sobretudo nas etnias Cokwe, Lwena, Lucazi, Lunda, Ndembu, Ovimbundu, Ngangela, Lwimbi, Nyemba e Rotse - veremos alguns exemplos da etnia Cokwe de Angola - o "ngombo" ou arte da prática adivinhatória.
Os Cokwe distinguem três categorias de especialistas que podem intervir em seus problemas: o ADIVINHO, o CURANDEIRO e o FEITICEIRO. O primeiro interpreta os fatos primariamente em função de forças positivas; o curandeiro é um prático que tem grande conhecimento do poder curativo de plantas e de como usá-las ritualisticamente, e por fim, o feiticeiro lida com forças negativas que ele manipula contra suas vítimas. O adivinho lida diretamente com o espírito dos ancestrais, principalmente o dos grandes chefes fundadores dos grupos. Estes espíritos são venerados de diversas maneiras sendo a mais característica o exercício de uma atividade profissional, ou seja, um indivíduo consagrado a um espírito deverá exercer a atividade profissional que o espírito exercia. O adivinho é um dos maiores exemplos disso: exerce esta atividade em honra do espírito ancestral a que é consagrado e o exercício mesmo desta atividade é seu maior ato de veneração. Os feiticeiros, lidando com as forças do mal, são a causa das doenças e uma constante ameaça à população. Alguns autores chegam a afirmar que a atividade do adivinho é comparável à de um detetive psicológico que deve pesquisar e descobrir as feitiçarias. Isto dá um grande status ao adivinho e no caso dos Cokwe, este status é reforçado pelo fato de que normalmente o adivinho é o próprio chefe da aldeia. A coragem de denunciar o feiticeiro demanda uma boa dose de prestígio assim como grande conhecimento das forças ocultas em ação. Para isto a iniciação tem papel fundamental: somente após uma severa iniciação o adivinho será reconhecido. A iniciação consiste de sacrifícios aos ancestrais e meses de aprendizado com o adivinho iniciador. Ngombo, como é conhecida esta arte na região, significa tanto o cesto usado na adivinhação quanto o espírito do ancestral que preside os atos de adivinhação, que ajuda o adivinho a adivinhar. Vários símbolos são usados neste cesto. Símbolos animais são abundantes: o adivinho escolhe certas espécies animais e relaciona seus comportamentos com os problemas concretos trazidos pelos clientes. A razão da escolha de certas espécies é difícil de explicar. Muitas vezes, aos animais reais são atribuidos traços que os torna fantásticos ou monstruosos, portanto simbólicos e adequados à interpretação adivinhatória. Existem também as restrições que envolvem animais, principalmente os que fazem parte do grupo usado nas adivinhações. Por exemplo: quando um caçador caça um leão (mwanangana na adivinhação), uma pantera (cisenga) ou um tamanduá (njimbo), lhes são interditadas as relações sexuais por três dias porque estes animais "são como pessoas" - o leão e a pantera simbolizam o chefe da terra e o tamanduá, que habita em buracos na terra, são como mortos, isto é, seres humanos.